segunda-feira, 30 de maio de 2011

Semelhante atrai semelhante

Somente uma pessoa amorosa, aquela que realmente é amorosa, pode encontrar o parceiro certo.

Essa é minha observação: se você está infeliz você irá encontrar alguém também infeliz. Pessoas infelizes são atraídas pelas pessoas infelizes. E isso é bom, é natural. É bom que as pessoas infelizes não sejam atraídas pelas pessoas felizes; senão elas destruiriam a felicidade delas.

Está perfeitamente bem. Somente pessoas felizes são atraídas pelas pessoas felizes. O semelhante atrai o semelhante. Pessoas inteligentes são atraídas pelas pessoas inteligentes; pessoas estúpidas são atraídas pelas pessoas estúpidas.

Você encontra as pessoas do mesmo plano. Então a primeira coisa a lembrar é: um relacionamento está fadado a ser amargo se ele surgiu da infelicidade.

Primeiro seja feliz, seja alegre, seja festivo e então você encontrará alguma outra alma festiva e haverá um encontro de duas almas dançantes e uma grande dança irá surgir disso.

Não peça por um relacionamento a partir da solidão, não. Assim você estará indo na direção errada. Então o outro será usado como um meio e o outro lhe usará como um meio. E ninguém quer ser usado como um meio! Cada indivíduo único é um fim em si mesmo. É imoral usar alguém como um meio. Primeiro aprenda como ser só. A meditação é um caminho para ficar sozinho.

Se você puder ser feliz quando você está só, você aprendeu o segredo de ser feliz. Agora você pode ser feliz acompanhado. Se você é feliz, então você tem alguma coisa para compartilhar, para dar. E quando você dá, você obtém; não é de outra maneira. Assim surge uma necessidade de amar alguém. 

Geralmente a necessidade é de ser amado por alguém. É a necessidade errada. É umanecessidade infantil; você não está amadurecido. É uma atitude infantil.

Uma criança nasce. Naturalmente, a criança não pode amar a mãe; ela não sabe o que é amar e ela não sabe quem é a mãe e quem é o pai. Ela está totalmente desamparada. Seu ser ainda está para ser integrado; ela ainda não está reunida. Ela é somente uma possibilidade. 

A mãe precisa amar, o pai precisa amar, a família precisa banhar a criança de amor. Agora ela aprende uma coisa: que todos têm que amá-la. Ela nunca aprende que ela precisa amar. Agora a criança irá crescer e se ela permanecer presa nessa atitude de que todo mundo tem que amá-la, ela irá sofrer por toda sua vida. Seu corpo cresceu, mas sua mente permaneceu imatura.

Uma pessoa amadurecida é aquela que chega a conhecer a necessidade do outro: que agora tenho que amar alguém. A necessidade de ser amado é infantil, imatura. A necessidade de amaré maturidade. 

E quando você está preparado para amar alguém, um belo relacionamento irá surgir; de outra maneira não.


Publicado em: Palavras de Osho       Osho, em "Ecstasy: The Forgotten Language"

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Auto-Imagem e Crescimento Pessoal

Publicado em: Ponto de Partida por Carlos Baltazar

Podemos imaginar um animal qualquer da criação, por mais evoluído, como um gorila ou um golfinho, com um problema de auto-estima? Dificilmente, porque a auto-estima é uma criação da mente humana.

Neste artigo, vamos desenvolver ideias acerca de um conceito intimamente ligado com a auto-estima, que é a auto-imagem.
Qual a importância de uma boa auto-imagem? De acordo com o Dr. Maxwell Maltz, “A Auto-imagem define as fronteiras do sucesso individual”
Dito de outra forma, o problema é que ninguém consegue elevar-se acima da sua auto-imagem.
A propósito, Eleanor Roosevelt, disse: ‘ninguém pode fazê-lo sentir-se inferior sem a sua própria permissão’.
Todavia, a falta de auto-estima e a consequente deficiente auto-imagem é um problema que afecta uma grande parte das pessoas na sociedade ocidental.
Então quem o faz sentir-se inferior?
Na maior parte das vezes é você mesmo. Porque se diminuiu através da sua parte hiper-crítica ou aceitou que outros o fizessem.
E quando isso começou a suceder?
Provavelmente desde muito jovem, quando lhe disseram que falhava, que não iria conseguir, que era menos do que este ou aquele, quando era punido injustamente, quando lhe chamavam nomes e ninguém o defendia…
Imagine que você é desafiado para entrar numa sala com vinte desconhecidos e que deve apresentar-se a cada um com um sorriso e fazer uma apresentação geral sobre um tema que domina bem.
A menos que você seja um extrovertido cheio de auto-confiança, o mais natural é que fique apavorado com esta perspectiva. E porquê: porque aprendeu que tem dificuldades com grupos de desconhecidos. Repare: teria alguma dificuldade em apresentar-se a uma só pessoa ou a falar sobre um tema de que gosta com alguém que conhece?
 
Se todos queremos melhorar a nossa auto-estima e auto-imagem, convém termos respostas para a pergunta:
Onde se vai sustentar a auto-imagem?
A resposta parece evidente: no que pensamos de nós mesmos. Com alguma abstracção, podemos dizer que a auto-imagem é uma visualização da nossa identidade.
Então a pergunta torna-se:
De que é feito esse conceito abstracto de identidade? O que lhe dá conteúdo e vibração?
Há duas grandes polaridades que definem este conteúdo.
De um lado temos o Ego, com a sua grande lista de identificações com crenças próprias e de grupo, papéis representados por si e por outros, e necessidade permanente de defesa e ataque.
Do outro, temos a Presença do Eu superior e um conceito de Identidade que repousa em crenças suportadas em valores assumidos e se dirige para uma ideia de missão e relacionamento com o Universo.
Pense em quem você é. Quais as afirmações que faz de si mesmo? Com quem se identifica?
Eu não consigo encontrar alguém que goste de mim.
Eu preciso de estar sempre a controlar as situações.
Eu não confio em ninguém.
Eu não sou capaz de aprender. Etc.
Estas são crenças limitadoras, que precisam de ser revistas de acordo com os valores mais importantes da pessoa e que provavelmente foram aprendidas a partir de episódios de infância ou impostas por autoridades.
Eu sou um empregado.
Eu sou muito atraente (ou nada atraente).
Eu sou uma pessoa que ganha muito dinheiro (ou pouco).
Eu sou um vencedor (ou um perdedor).
Eu sinto-me ultrapassado por todos.
Eu identifico-me com este ou aquele actor ou actriz ou desportista ou qualquer outro famoso. Etc.
Isto tudo são identificações com modelos ou papéis.
 
Mas não precisamos de crenças e identificações positivas? Sim, desde que tenhamos consciência das suas limitações e não se destinem a reforçar um Ego impositivo e impostor.
Como faço a distinção?
As perguntas clarificadoras são:
‘Esta crença ou modelo está em consonância com o meu Eu superior?’
‘Serve para o meu crescimento como pessoa e como parte de um sistema maior?’
 
Em resumo:
1.     A auto-imagem é uma consequência da aprendizagem de crenças, valores, modelos de comportamento, mas é também determinante da forma como pensamos que somos e das nossas decisões e acções.
2.     É importante que a nossa auto-imagem seja forte, positiva, nítida e fundada. Assim, a auto-estima será também positiva e poderá ajudar-nos a ter vidas mais gratificantes.
 
As bases da transformação da auto-estima.
  1. Aceitação
O ponto de partida para qualquer processo de mudança é o reconhecimento ou aceitação do estado actual.
Aceitação é diferente de resignação. É um ponto de partida para a mudança porque permite ficar em paz com o que somos e não desperdiçar energia preciosa com um combate inútil.
O bom combate é o que podemos travar dentro do processo de transformação.
 
  1. Apreciação
Depois da aceitação, é preciso proceder a uma apreciação valorativa do que é bom dentro de si.
As pessoas com baixa auto-estima focam-se demasiado nas suas falhas em vez de reconhecerem os seus sucessos.
Um sintoma comum é sentirem-se inadequados ou incompetentes e preocuparem-se que alguém descubra essa incompetência.
Dos pressupostos fundadores da PNL são de realçar:
a) Não há fracassos mas sim indicação para fazer diferente.
b) Todos podemos encontrar dentro de nós os recursos para a mudança.
Com estas crenças, torna-se uma questão de descobrir o caminho certo para conseguir aquilo que se quer.
Dois recursos internos importantes são a nossa capacidade de aprender e de nos adaptar.
 
  1. Responsabilidade interior
Outro elemento da auto-estima é a responsabilidade com nós mesmos. As pessoas com boa auto-estima tomam a responsabilidade pelas suas vidas e pelas situações em que se encontram. As pessoas com baixa auto-estima tendem a sentir-se vítimas das circunstâncias.
O princípio orientador é: se aquilo que tem feito não funciona, faça diferente. Muitas vezes, limitamo-nos a fazer mais, mais rápido ou mais intensamente quando o que é preciso é mesmo fazer outra coisa completamente diferente.
É a situação que tem de mudar ou somos nós que o devemos fazer? Por vezes, podemos mudar a condições exteriores mas, mais frequentemente, a mudança deve acontecer dentro de nós mesmos.
A PNL fornece muitos instrumentos e técnicas para ajudar e acompanhar nos processos de mudança, tais como a mudança de crenças, a conciliação de partes ou as terapias da linha do tempo.
 
4. Responsabilidade exterior
A actuação responsável e considerada em relação a outros é o elemento crítico que diferencia uma boa auto-estima de um Ego inflacionado. Pessoas com alta auto-estima e com um Ego muito forte tendem a tratar outros de uma forma sobranceira ou distante.
Por outro lado, a baixa auto-estima não ajuda a construir relações abertas e ricas com os outros.
O princípio aqui é o de procurar as intenções positivas da outra pessoa e respeitar o seu modelo do mundo. Isto permite separar a pessoa do seu comportamento e facilita o relacionamento.
   
Técnicas
Como encontrar a sua auto-imagem
  1. Entre num estado de calma e relaxamento. Para este efeito, escolha um espaço confortável, onde não vai ser perturbado. Sente-se confortavelmente. Relaxe as diversas partes do corpo. Calmamente, dirija a sua atenção para a sua respiração. Cuide que seja ampla, com a participação activa da área abdominal. Baixe o ritmo da respiração, prolongando o tempo da expiração, dentro do que lhe for confortável.
2.   Observe a sua vida como se fosse um documentário da sua própria auto-biografia.
Pense em quem é, no que sabe, em que acredita e no que sente acerca de si mesmo. Identifique onde, no seu corpo, sente mais essa sensação (identidade cinestésica).
3.    Espere que lhe apareça uma imagem que corresponda a essa sensação de ser você mesmo.
Onde se situa essa imagem? Imagine uma linha que une a sua sensação interna (encontrada no ponto 3) à imagem. A que distancia se situa?
4.    Pode fazer um desenho dessa sua auto-imagem? Mesmo que não saiba desenhar, é bom que o faça.
 
Como transformar positivamente a sua auto-imagem
Preparação prévia: escolha um gesto simbólico* que vai repetir em diversas circunstâncias e associar à sua auto-imagem transformada. No texto abaixo, usei o exemplo de apertar as mãos e entrelaçar os dedos, mas pode ser outro que você prefira.
  1. Pense nas características, atributos, e recursos que você gostava de ter e de associar à sua auto-imagem.
  2. Pense em pessoas que aprecia e respeita, reais ou imaginárias que sejam exemplo dessas características. São os seus mentores, neste processo.
  3. Visualize-as à sua frente. Faça uma visualização de cada vez e, quando tiver exemplos que ache suficientes, visualize o conjunto.
  4. Quando isto suceder e sentir uma forte sensação positiva, junte as suas mãos e entrelace os dedos*.
  5. Sintonize-se com o seu Eu superior, a parte de si que tem uma ligação espiritual, sentido de pertença a uma entidade maior ou sentido de missão.
  6. Visualize novamente a sua auto-imagem (encontrada na técnica anterior).
  7. Repita o gesto simbólico (o mesmo do ponto 4).
  8. Leve a sua auto-imagem para junto das imagens dos seus mentores.
  9. Deixe que a sua auto-imagem se impregne das características e recursos dos seus mentores.
  10. Dê à sua nova auto-imagem o tamanho e a posição que a faça sentir melhor. Quando estiver satisfeita, faça novamente o gesto simbólico.
  11. Desenhe a sua nova auto-imagem ou fixe-a bem na sua memória.
 
Verificação ecológica.
Pense em qualquer objecção que possa surgir para a sua nova auto-imagem. Imagine-se em situações do futuro e verifique quanto a nova auto-imagem lhe serve para melhor confrontar desafios ou problemas. Se encontrar objecções, volte a fazer o processo de 1 a 11, tendo em conta essas objecções.
Lembre-se que devemos treinar as nossas competências, particularmente quando são recentes. Recorde-se com frequência da sua nova auto-imagem, fazendo o gesto simbólico, simultaneamente.
Para uma intervenção mais profunda e para resultados mais estáveis, é aconselhável o recurso a um facilitador competente.
 
Carlos Baltazar
Coach e Terapeuta com PNL