quinta-feira, 31 de maio de 2012

Eu desejo-te o suficiente!!

Há pouco tempo, estava no aeroporto e vi mãe e filha despedindo-se.

Anunciaram a partida, elas abraçaram-se e disse a mãe: Eu amo-te filha. Desejo-te o suficiente. A filha respondeu: Mãe, nossa vida juntas tem sido mais do que suficiente. O seu amor é tudo o que sempre precisei. Eu também lhe desejo o suficiente.

Elas beijaram-se e a filha partiu.

A mãe passou por mim e encostou-se na parede. Pude ver que ela queria, e precisava, chorar. Tentei não me intrometer nesse momento, mas ela dirigiu-se a mim, e perguntou: Você já se despediu de alguém sabendo que seria para sempre?

Já, respondi. Minha senhora, desculpe-me pela pergunta, mas por que é que foi um adeus para sempre?

Estou velha e ela vive tão longe daqui. Tenho desafios à minha frente e a verdade é que a próxima viagem dela para cá será para o meu funeral.

Quando se estavam a despedir, ouvi-a dizer "Desejo-te o suficiente". Posso saber o que é que isso significa?

Ela começou a sorrir. É um desejo que tem sido passado de geração em geração na minha família. Meus pais costumavam dizer isso para toda a gente. Ela parou por um instante e olhou para o alto como se estivesse a tentar lembrar-se dos detalhes e sorriu mais ainda.

Quando dizemos "Desejo-te o suficiente", estámos a desejar uma vida cheia de coisas boas o suficiente para que a pessoa se ampare nelas. Então, virando-se para mim, disse, como se estivesse recitando:

Desejo-lhe sol o suficiente para que continue a ter essa atitude radiante.

Desejo-lhe chuva o suficiente para que possa apreciar mais o sol.

Desejo-lhe felicidade o suficiente para que mantenha o seu espírito alegre.

Desejo-lhe dor o suficiente para que as menores alegrias na vida pareçam muito maiores.

Desejo-lhe que ganhe o suficiente para satisfazer os seus desejos materiais.

Desejo-lhe perdas o suficiente para apreciar tudo que possui.

Desejo-lhe "olás" em número suficiente para que chegue ao adeus final.

Ela começou então a soluçar e afastou-se.

Dizem que leva um minuto para encontrar uma pessoa especial, uma hora para apreciá-la, um dia para amá-la, mas uma vida inteira para esquecê-la.


De autor anónimo publicado por Olinda Silva

terça-feira, 22 de maio de 2012

Um abraço

Uma jovem de Nova Orleans sentou-se uma vez ao meu lado no avião. Quando soube que eu me interessava pelo assunto dos abraços, contou-me que havia crescido numa família de costumes rigorosos, onde não existia o hábito de abraçar.

- Quase nunca nos tocávamos — afirmou ela.

- Por isso, quando comecei a sair com o meu namorado, nunca o abraçava.

- E ainda se priva dos abraços?

- Oh, não — disse ela rindo.

- Que a fez mudar?

Uma bela tarde, ela passeava com o namorado por um pontão de madeira ao longo do Mississipi. Ele tinha trazido uma máquina fotográfica e sugeriu que fizessem umas poses juntos para tirarem umas fotos perto do rio.

Montaram a máquina no passeio e depois desceram pelas rochas que levavam ao rio. Numa tentativa de se despachar para se pôr em posição a tempo, antes que a câmara disparasse, ela tropeçou e caiu, torcendo o pé.

A câmara disparou e apanhou-a sentada nas pedras. Quando voltou para o passeio com Brad, sentia fortes dores no tornozelo. Tinha feito um entorse e teve de atravessar todo o pontão a coxear, com ele a ajudá-la em cada passo que dava.

- Ele tinha o seu braço à volta da minha cintura e as nossos quadris estavam pressionadas um contra o outro. Eu tinha o braço à volta do seu pescoço.

Sentia tantas dores que nem pensava no que estava fazendo. De poucos em poucos metros, tínhamos de parar. E, de cada vez que parávamos, ficávamos ali ao sol, apoiados um no outro, quadril com quadril, lado a lado.

As pessoas passavam e sorriam-nos. Viam em nós um casal de namorados a aproveitarem juntos um momento de paz. Mal eles sabiam como eu estava a sofrer.

Quando alcançaram a Decatur Street para apanhar um táxi, tinha passado uma hora.

—Durante aquela hora, eu aprendi algo sobre o abraço que não voltaria a esquecer. Descobri o prazer de estar em contacto com alguém que se ama, mesmo se for só num abraço de lado.

Na verdade, quando paramos à frente do navio Natchez, pedimos a alguém que tirasse uma fotografia nossa assim. Ainda a tenho. Aparecemos com os braços à volta um do outro, naquele abraço de lado.

Sempre que ele se quer lembrar do dia em que a nossa relação ficou séria, caminhamos abraçados de lado. É uma maneira engraçada de lembrar a forma como eu me libertei de uma infância de privação de abraços.

Autor desconhecido

sexta-feira, 30 de março de 2012

Comparação

Certo dia, um samurai, que era um guerreiro muito orgulhoso, veio ver um mestre Zen. Embora fosse muito famoso, ao olhar o mestre, sua beleza e o encanto daquele momento, o samurai sentiu-se repentinamente inferior. Ele então disse ao mestre:

"Por que estou me sentindo inferior? Apenas um momento atrás tudo estava bem. Quando aqui entrei, subitamente me senti inferior e jamais me sentira assim antes. Encarei a morte muitas vezes, mas nunca experimentei medo algum. Por que estou me sentindo assustado agora?"

O mestre falou:

"Espere. Quando todos tiverem partido responderei."

Durante todo o dia pessoas chegavam para ver o mestre, e o samurai estava ficando mais e mais cansado de esperar. Ao anoitecer, quando o quarto estava vazio, o samurai perguntou novamente:

"Agora você pode me responder porque me sinto inferior?"

O mestre o levou para fora. Era uma noite de lua cheia e a lua estava justamente surgindo no horizonte. Ele disse:

Olhe para estas duas árvores: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e nunca houve problema algum. A árvore menor jamais disse à maior: 'Por que me sinto inferior diante de você?' Esta árvore é pequena e aquela é grande, este é o fato, e nunca ouvi sussurro algum sobre isso."

O samurai então argumentou:

"Isto se dá porque elas não podem se comparar".

E o mestre replicou:

"Então não precisa me perguntar. Você sabe a resposta. Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é, simplesmente existe. Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore não importa. Você é você mesmo. Uma folhinha de relva é tão necessária quanto a maior das estrelas. O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer Buda, pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer. Simplesmente olhe à sua volta. Tudo é necessário e tudo se encaixa. É uma unidade orgânica: ninguém é mais alto ou mais baixo, ninguém é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único. Você é necessário e basta. Na Natureza, tamanho não é diferença. Tudo é expressão igual de vida."

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A lição do Bambu

Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada, Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu, Mas, uma maciça e fibrosa estrutura de raiz, que se estende vertical e horizontalmente pela terra está sendo construída.

Um escritor americano escreveu:

"Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês":

você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento,e, às vezes não vê nada por semanas, meses, ou anos.

Mas, se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5º ano chegaráe, com ele, virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava...

O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos,de nossos sonhos... especialmente no nosso trabalho, (que é sempre um grande projeto em nossas vidas)

É que devemos lembrar do bambu chinês, para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão.

Tenha sempre dois hábitos:

Persistência e Paciência, pois você merece alcançar todos os sonhos!!!

É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O Tempo e o Amor

Houve um tempo em que numa ilha muito pequena, tida como um paraíso de tão linda, habitavam os sentimentos, como habitamos agora na Terra. 

Nesta ilha viviam em harmonia o Amor, a Tristeza, a Sabedoria, a Vaidade, a Alegria, a Riqueza e todos os outros sentimentos.

Em um dia desses em que a natureza parece revoltar-se, o Amor acordou apavorado porque percebeu que a ilha estava sendo inundada. Mas rapidamente esqueceu-se do medo que sentia e foi cuidar de outros sentimentos em situações geográficas muito piores que a sua, afinal eles corriam sérios riscos. 

O Amor ajudou vários sentimentos a se salvarem. Ajudou-os a pegarem seu próprio barco e fugirem para a parte mais alta da ilha. Lá de cima, livres do perigo da inundação, eles avistavam os demais sentimentos que estavam a caminho do topo da ilha. Só o Amor não se apressou. O Amor nunca se apressa. Ele queria ficar um pouquinho mais em sua ilha para salvar pequenas e significativas lembranças de cada detalhe.

Mas quando já estava quase se afogando o Amor lembrou-se que ele não podia morrer, teria que lutar. Então saiu correndo em direção aos barcos gritando socorro. Ainda poderia ter sido salvo por alguns deles, mas a Riqueza ouvindo seu grito tratou logo de responder que jamais poderia levá-lo, pois com todo o ouro e a prata que carregava era muito arriscado afundar seu barco.

Passou então a Vaidade que também disse que não poderia levá-lo, uma vez que ele, o Amor, se sujara por demais ajudando aos outros e ela odiava sujeira! Logo atrás da Vaidade vinha a Tristeza que estava tão arraigada em sua dor que negava a companhia de quem quer que fosse e mal se apercebeu do Amor. 

Passou também a Alegria, mas esta tão alegre estava, que nem ouviu o pranto do Amor. Sem esperanças, o Amor sentou-se na última pedra que ainda se via sobre a superfície da água e começou a minguar. 

Seu pranto triste chamou atenção de outros, mas ninguém nada fez. Então, um velhinho apareceu num barco. Aproximou-se e apanhou o Amor nos seus braços. Levou-o para a alta Montanha, para perto dos outros sentimentos. 

Recuperando-se, o Amor perguntou a Sabedoria quem era o velhinho que o ajudara. A Sabedoria respondeu que tinha sido o Tempo. O Amor questionou: Porque só o Tempo pode trazer-me até aqui? A Sabedoria então respondeu: Porque só o Tempo tem a capacidade de ajudar o Amor a chegar aos lugares mais difíceis e a compreender os sentimentos, só o Tempo!